quarta-feira, 30 de outubro de 2013

MARAVILHOSA ESCRITURA

"Quando leio a Bíblia, não o faço da mesma maneira pela qual me aproximo de outras formas de literatura. Isso não significa que eu ponho de lado minha capacidade crítica. na verdade, meu gosto pela análise fica ainda mais aguçado quando leio a Escritura, porque me vejo motivado por um desejo profundo de compreendê-la".

"A palavra de Deus pode estar na mente sem estar no coração; mas não pode estar no coração sem estar primeiramente na mente".


R. C. Sproul

terça-feira, 29 de outubro de 2013

MARAVILHOSA SANTIDADE DE DEUS



John Macarthur, falando sobre a santidade de Deus, disse:
 “Se quisermos ver Deus como Ele realmente é – vê-lo como revelado em Sua Palavra - devemos entender e reconhecer este fato fundamental: Deus é santo”.

A palavra hebraica usada no Antigo Testamento para “santo” é qadosh, cujo significado é cortar, separar. No Novo Testamento, a palavra usada é hagios, e também corresponde a separar.

Walther Eichrodt (1890 – 1978), estudioso do Antigo Testamento, definiu santo como aquilo que é “separado”, retirado do uso comum.

Com isso, ele afirma que santo não é simplesmente a conotação de qualidade moral ou ética. O termo também pode ser usado em referência a algo separado por Deus para um fim especial. No Novo Testamento, a santidade adquire um sentido de pureza ética ou libertação do pecado.

A santidade de Deus é majestosa, ou seja, Deus é essencialmente santo. Ele é completamente separado, não se confunde com nada da sua criação. Deus não tem pecado. Não há outro padrão no qual possa se espelhar, porque Ele próprio é esse padrão. Também não existe um determinado grau de santidade nEle, pois Ele é completo em Si mesmo.

Isaías 6.3 diz: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos, a terra inteira está cheia da sua glória”.

Davi escreveu no Salmo 111.9: “Santo e tremendo é o teu nome”.

Moisés em Êxodo 15.11 diz: “Quem é como tu, glorificado em santidade”.

Os autores bíblicos descreveram uma santidade que é essencialmente divina; algo tão completo que só existe no ser absoluto.

Existe também em Deus uma santidade moral, a partir da qual Ele estabeleceu leis para toda a sua criação.

Louis Berkhof define a santidade moral de Deus como “aquela perfeição divina em virtude da qual Deus eternamente quer e mantém sua excelência moral, aborrecendo o pecado e exigindo pureza de suas criaturas morais”.

Pelo fato de Deus ser santo, o homem pode ter certeza da veracidade da Sua palavra. Aquilo que Deus revelou nas sagradas Escrituras irá se cumprir cabalmente.

O Salmo 89.34-37 diz: “Não violarei a minha aliança nem modificarei as promessas dos meus lábios. De uma vez para sempre jurei pela minha santidade, e não mentirei a Davi, que a sua linhagem permanecerá para sempre, e o seu trono durará como o sol; e será estabelecido para sempre como a lua, a fiel testemunha no céu”.

A santidade de Deus também manifesta o pecado humano e exige que o homem seja punido, pois quebrou as leis divinas. Se o Senhor não exigisse punição pelo pecado, não seria santo, pois estaria compactuando com o homem pecador. Essa punição foi paga pelo próprio Deus, que em Cristo Jesus se fez carne e levou sobre si todas as nossas iniquidades (Isaías 53.7). Através do sacrifício realizado na cruz do calvário, Jesus Cristo satisfez completa e definitivamente a santa e a justa ira do Pai ofendido.

Só nos resta proclamar: Maravilhosa santidade divina que nos faz enxergar o pecado e nos constrange ao arrependimento pelo poder do Espírito Santo. Maravilhosa santidade divina que exige punição para o pecador. Maravilhosa santidade divina que “separa” para Deus todo aquele que tem fé salvadora em Jesus.


PR. MÁRCIO LOPES

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

NOVOS APÓSTOLOS



Quando o Senhor Jesus esteve presente entre nós no seu primeiro advento, dentre seus muitos seguidores, Cristo escolheu apenas doze (12), os quais constituiu “apóstolos”. A palavra grega apóstolos significa “enviado”. Esses doze (contando com Matias), junto com o apóstolo Paulo, chamado posteriormente, como ele mesmo disse: “nascido fora de Tempo” foram os únicos e verdadeiros apóstolos de Cristo, de acordo com o texto bíblico.

O grande João Calvino comentando Romanos 1.1 disse:

“Paulo é servo de Jesus Cristo, como a maioria, e apóstolo por vocação de Deus, e não por atrevida usurpação”.

Segundo William Hendriksen, Paulo é investido com a autoridade daquele que o enviou, e essa autoridade diz respeito tanto à doutrina quanto à vida.

Esses homens não se tornaram apóstolos com base na presunção e no egoísmo humano, mas por causa do chamado divino.

No livro de Atos, Pedro deixa bem claro o que é necessário para ser um Apóstolo de Cristo:

Portanto, é necessário que escolhamos um dos homens que estiveram conosco durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu entre nós, desde o batismo de João até o dia em que Jesus foi elevado dentre nós às alturas. É preciso que um deles seja conosco testemunha de sua ressurreição. Então indicaram dois nomes: José, chamado Barsabás, também conhecido como Justo, e Matias. Depois oraram: ‘Senhor, tu conheces o coração de todos. Mostra-nos qual destes dois tens escolhido para assumir este ministério apostólico que Judas abandonou, indo para o lugar que lhe era devido’. Então tiraram sortes, e a sorte caiu sobre Matias; assim, ele foi acrescentado aos onze apóstolos”. Atos 1:21-26.

Resumindo o texto acima, os pré-requisitos para ser um apóstolo são: ter estado com Jesus e com seus discípulos desde o batismo e ter sido testemunha ocular da ressurreição de Jesus.

Não podemos deixar de observar no texto bíblico que a escolha foi colocada sob a autoridade de Jesus.

Os critérios acima mencionados são bem diferentes dos usados hoje pelos que se denominam apóstolos. Alguns destes, ainda estão transformando as igrejas em verdadeiras sinagogas judaicas e trazendo de volta o culto judaico com seu ritualismo, festas e cerimônias, o que foi combatido no período apostólico.

Até poderíamos usar o termo apóstolo para aqueles que são enviados ao campo missionário, ainda assim, eles não seriam apóstolos de Cristo, mas da igreja que os enviou.


PR. MÁRCIO LOPES

domingo, 27 de outubro de 2013

O MODELO DA ORAÇÃO DE JESUS



TEXTO: MATEUS 6.5-13

"E quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de ficar orando em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos outros. Eu lhes asseguro que eles já receberam sua plena recompensa. Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está no secreto. Então seu Pai, que vê no secreto, o recompensará. E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não sejam iguais a eles, porque o seu Pai sabe do que vocês precisam, antes mesmo de o pedirem. Vocês, orem assim: ‘Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia. Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém”.

INTRODUÇÃO

Nesse texto em que Jesus fala sobre a oração, Ele chamou a atenção dos discípulos para que não orassem como os pagãos gentios, usando de vãs repetições.
Ao ensinar seus discípulos a orar, Jesus usou parte de uma oração judaica muito comum chamada Kadet, que geralmente era feita nas sinagogas e continha as palavras: exaltado e santificado seja Teu grandioso nome [...] que venha o Teu reino.

I. ORAÇÕES QUE DEUS REJEITA (6.5, 7-8).

1. Orações exibidas (6.5): Orar publicamente só traz recompensa humana.

O que Jesus combate aqui é a hipocrisia ao orar. Seus discípulos não deveriam se posicionar propositadamente em áreas públicas de forma que os outros, vendo-os orar, ficassem impressionados por suas devoções.

Jesus combate o amor pela proeminência. Se o único motivo para a nossa oração pública é ser visto pelos homens, Jesus declara que já recebemos a recompensa.

2. Orações repetitivas (6.7-8): Deus sabe do que precisamos antes mesmo de lhe pedir.

Os pagãos citavam nas orações, longas listas com o nome dos seus falsos deuses, na esperança de, mediante a constante repetição, invocarem o nome daquele falso deus que os ajudasse.

Precisamos entender também que Jesus não está necessariamente condenando todas as orações longas, mas apenas aquelas sem sentido.

As nossas orações não podem ser feitas com sentenças decoradas ou frases vazias. Deus quer ouvir as expressões sinceras do coração.

Deus sabe quais são as nossas necessidades. A razão de ser da oração é o reconhecimento da total dependência dEle.

Aqueles que oram com propósitos errados já receberam o seu galardão – assim como aqueles que praticam boas obras, mas com motivações erradas (Mt. 6.2).

II. A ORAÇÃO QUE DEUS RECEBE (6.6)

1. Deus recebe a oração feita com discrição.
Jesus deixa bem claro que o caminho para a oração ser respondida é fazê-la em secreto, e não para ser visto pelos homens – “mas quando você orar vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está em secreto. Então seu Pai que vê em secreto, o recompensará”.

Se o motivo sincero é chegar a Deus, Ele ouvirá e recompensará. Mas perceba no contexto que o ponto principal não é onde oramos. A ênfase aqui está em porque oramos – para sermos vistos pelas pessoas ou para sermos ouvidos por Deus.

III. ELEMENTOS DA ORAÇÃO (6.9-13)

A oração de Jesus é um modelo, não simplesmente uma liturgia. É fantástica pela sua brevidade, pela sua simplicidade e abrangência.

Quais são os elementos da oração modelo?

1. O primeiro elemento é a fé (6.9a): “Pai nosso que estás no céu”.

A oração deve ser endereçada a Deus, o Pai, em reconhecimento da sua soberania sobre o universo.

2. O segundo elemento é a adoração (6.9b): “Santificado seja o teu nome”.

Jesus nos ensina que deveríamos iniciar as orações com adoração, designando louvor e honra a Deus, que é o único digno de recebê-los.

Santificar o nome de Deus era o princípio central da ética judaica, significando ter uma vida que honra a Deus mesmo vivendo entre os gentios pagãos.

3. O terceiro elemento é a expectativa (6.10a): “Venha o teu reino”.

Depois de adorarmos a Deus, deveríamos orar para que o seu reino avançasse em cada um de nós.

Jesus nos ensina a orar colocando o reino de Deus em primeiro lugar e não os nossos próprios interesses.

4. O quarto elemento é a submissão (6.10b): “Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”.

A petição implica o reconhecimento da vontade de Deus (boa, perfeita e agradável) para nossas vidas.

A expressão “assim na terra como no céu” indica o desejo pelas realidades existentes no céu (adoração, regência soberana de Deus e o desempenho da sua vontade).

5. Quinto elemento é a petição (6.11): “O pão nosso de cada dia nos dá hoje”.

Ao colocarmos os interesses de Deus em primeiro lugar, nos é permitido apresentar nossas necessidades.

Essa petição também reconhece nossa dependência de Deus pela providência diária, tanto espiritual como física.

6. O sexto elemento é a confissão (6.12a): “E perdoa-nos as nossas dívidas”.

Os homens são pecadores por violarem as leis de Deus. Todos nós, diariamente, precisamos confessar pecados e pedir perdão a Deus e às pessoas que machucamos.

7. O sétimo elemento é a compaixão (6.12b, 14-15): “Assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores”.

Também precisamos aprender a perdoar aqueles que nos ofendem, não importando a ofensa, pois todos nós recebemos o perdão de uma dívida impagável.

Se os cristãos não estão dispostos a perdoar àqueles que os têm ofendidos, como podem esperar estar em comunhão com o Pai.

8. O oitavo elemento é a dependência (6.13a): “E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”.

Essa petição autentica a completa dependência do Senhor, a fim de sermos preservados. Deve ser a oração de todos nós, que desejamos ser guardados do pecado pelo poder de Deus.

9. O nono elemento é o reconhecimento (6.13b.): “Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre”.

João Calvino comentando esse texto disse: “Não apenas aquecer nosso coração em direção à glória de Deus [...], mas também para nos falar que todas as nossas orações [...] não têm nenhum outro alicerce a não ser unicamente em Deus”.

CONCLUSÃO

Que todos nós possamos desenvolver uma vida de oração segundo o modelo de Jesus, expressando aquilo que está no nosso coração, mas numa atitude de total submissão a Deus, a sua Palavra e ao Espírito Santo.

PR. MÁRCIO LOPES

sábado, 26 de outubro de 2013

A QUEDA E A REDENÇÃO



Quando Deus criou o homem, fez a sua imagem e semelhança e deu-lhe a ordem para dominar sobre toda a criação (Gn 1.26-27). Isso significa que o homem, como Deus, tem personalidade, inteligência, sentimento e vontade. Também fica bem claro no texto acima que a imagem estava intimamente ligada à tarefa de governar “Tenha ele domínio sobre...”.

É bastante claro no relato bíblico que havia uma hierarquia estabelecida: Deus, o homem (humanidade), os anjos e, por fim, todos os outros seres. A serpente, que, de acordo com Apocalipse 12.9, é Satanás, não ficou satisfeita com essa escala de governo designada por Deus. Por causa desse sistema de governo e de forma não relatada pelo texto bíblico, Satanás tentou usurpar o trono de Deus, mas não teve êxito e foi expulso do seu lugar de origem. Por não ter conseguido subir a um lugar que pertence somente a Deus, o “anjo” investiu contra o homem, segundo lugar na hierarquia divina.

No grande cenário da queda, três personagens se destacam: A serpente, a mulher e o homem, exatamente nessa sequência, fazendo uma ruptura na liderança estabelecida por Deus. Satanás consegue atingir o coração da mulher, que em seguida consegue convencer àquele que deveria liderar e tomar decisões.

Na primeira cena do drama da queda (Gn 3.1-8) houve uma inversão daquilo determinado no início. Na segunda cena (Gn 3.9-13), acontece uma espécie de tribunal divino, onde seguindo a hierarquia original, Deus interroga primeiro o homem, o cabeça. Este, em sua defesa, transfere a culpa que deveria assumir para a mulher, que seguindo a mesma lógica do marido transfere para serpente. Na terceira cena (Gn 3.14-19), o veredito de Deus é conhecido pelas três personagens envolvidas no drama da queda, repetindo-se a ordem da primeira cena, ou seja, a serpente, a mulher e o homem.

O retorno à sequência da primeira cena nos faz perceber que a insubordinação foi a causa do pecado. Segundo tal sequência, Deus exerce seu julgamento.

O homem fracassou como representante da imagem (governo) de Deus, levando sobre si as consequências desse pecado. A mulher também foi responsabilizada por usurpar a autoridade do homem. A serpente recebe uma condenação eterna, sem chance de voltar ao seu lugar de origem.

Dentro do drama da queda, Deus fez uma promessa de redenção (Gn 3.15) por meio da semente da mulher, que esmagaria definitivamente a cabeça da serpente. Essa promessa teve cumprimento em Jesus Cristo.



"Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo" (1Coríntios 15:22).



PR. MÁRCIO LOPES